A cada filme que vemos fazemos a nossa própria interpretação, que pode não ser aquela que o guionista pensou. Essa mesma interpretação está intimamente ligada com o nosso estado de espírito (ou caso contrário deu-se aqui um acaso memorável).
O filme que acabei de ver há momentos foi o Lost in translation de Sofia Coppola e sabem o que senti? Senti que perdemos imenso quando temos medo de falar com alguém que de algum modo nos chamou a atenção. Se a Charlotte não se tivesse metido com aquele homem de meia-idade não teria surgido aquela amizade. Até porque ambos precisavam muito dela, ambos se sentiam perdidos naquela cidade grande, ambos estavam incapacitados de dormir. No fundo, a existência de cada um naquele espaço tão grande foi o que os salvou.
Isto faz-me pensar nas amizades que perdi por falta de coragem em falar com alguém e penso mais vezes nisto do que possam imaginar. Crucifico-me a cada dia por causa deste problema, um problema que ainda não solucionei. Talvez possa, a partir de agora, pensar na Charlotte. Porque pode haver por aí alguém que no meio de tanta gente precise de mim (será possível?)
Ainda em relação ao filme, penso que é duma simplicidade bela, que tem imagens lindíssimas, que dá vontade de visitar Tóquio. Uma bela obra! Devia estar nos 250+ do IMDb.
2 comentários:
Eu preciso de ti :)
"Ficas eternamente responsável por aquilo que cativas" disse a raposa ao Principezinho...e o mesmo serve para ti :)
Eu disse-te que era muito bom filme!
Enviar um comentário